Na sequência da XV Reunião de Inverno da APO, que decorreu em Monte Real a 4 de Março 2023 e onde foi discutido o Tema “Vertigem na Infância”, relembramos aqui a artigo de 2020 “Vestibular migraine and recurrent vertigo of childhood: Diagnostic criteria consensus document of the Classification Committee of Vestibular Disorders of the Bárány Society and the International Headache Society” publicado no Journal of Vestibular Research.
https://content.iospress.com/articles/journal-of-vestibular-research/ves200003
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9249292/
Este documento estabelece os critérios diagnósticos de 3 entidades clínicas que cursam com vertigem na idade pediátrica: (1) Enxaqueca vestibular da infância; (2) Provável Enxaqueca vestibular da infância e (3) Vertigem recorrente da infância.
1) Os critérios para Enxaqueca vestibular da infância são sobreponíveis aos da Enxaqueca vestibular de adultos e incluem: (A) Pelo menos 5 episódios com sintomas vestibulares
de intensidade moderada ou intensa, com duração entre 5 minutos e 72 horas; (B) História atual ou pregressa de Enxaqueca com ou sem aura; (C) Pelo menos metade dos episódios estão associados a pelo menos uma das 3 característica da Enxaqueca: (1) Cefaleia (unilateral, ou pulsátil ou de intensidade moderada a severa ou agravada pela actividade física), (2) Fotofobia ou fonofobia, (3) Aura visual; (D) Idade inferior a 18 anos e (E) Não melhor explicado por outra doença.
2) Os critérios de Provável Enxaqueca vestibular da infância incluem pelos menos 3 episódios semelhantes aos descritos para a Enxaqueca vestibular da infância com duração entre 5 minutos e 72 horas e apenas o critério (B) ou (C).
3) Já a nova designação Vertigem recorrente da infância vem substituir a antiga “Vertigem Paroxística Benigna da Infância” e é diagnosticada com os seguinte critérios: (A) Pelo menos 3 episódios com sintomas vestibulares de intensidade moderada ou severa, com duração entre 1 minuto e 72 horas; (B) Nenhum dos critérios B e C para Enxaqueca vestibular da Infância; (C) Idade inferior a 18 anos e (D) Não melhor explicado por outra doença.
A Sociedade Bárány tem vindo a alargar os seus documentos de consenso de forma a facilitar o diagnóstico e uniformizar a linguagem entre os médicos que se dedicam à otoneurologia.
Texto: Dr. Pedro Cavilhas.