Associação Portuguesa de Otoneurologia

Nistagmo pupilar no diagnóstico da Enxaqueca Vestibular

A propósito do artigo “The Pupillary (Hippus) Nystagmus”

A propósito do artigo “The Pupillary (Hippus) Nystagmus”: A Possible Clinical Hallmark to Support the Diagnosis of Vestibular Migraine

O nistagmo pupilar, definido como a dilatação e contração cíclicas da pupila na presença de iluminação constante, é conhecido desde há anos.
Com este estudo os autores procuraram determinar a incidência do nistagmo pupilar em doentes com enxaqueca vestibular, obtendo assim um dado objectivo para o diagnóstico desta patologia tão frequente.
O diagnóstico da enxaqueca vestibular é essencialmente clínico (Consensus document of the Bárány Society and the International Headache Society), com os exames complementares de diagnóstico a serem utilizados para excluir outras patologias consideradas no diagnóstico diferencial, o que torna este novo teste ainda mais útil num doente que não preencha todos os critérios de diagnóstico estabelecidos.

Neste estudo retrospectivo foi pesquisada a presença de nistagmo pupilar num grupo de 30 doentes com o diagnóstico de enxaqueca vestibular e comparada com a mesma avaliação num grupo de 50 doentes com vertigem de origem não migranosa.

Dos doentes com enxaqueca vestibular, apenas dois não apresentaram nistagmo pupilar. No grupo de 50 doentes sem enxaqueca vestibular, três tinham nistagmo pupilar e 47 não tinham este sinal. Da análise destes factos resulta um teste com sensibilidade de 0,93% e especificidade de 0,94%.

Os autores sugerem que a presença de nistagmo pupilar é um sinal objectivo (mesmo no período intercrítico) que deve complementar os critérios internacionais para o diagnóstico de enxaqueca vestibular.

Trata-se de um estudo limitado pela pequena dimensão da amostra e heterogeneidade do grupo controlo. São necessários mais estudos, com maior número e melhor caracterização dos doentes envolvidos, bem como a avaliação mais precisa do nistagmo pupilar (através do estudo oftalmológico).

Texto da autoria de Teresa Matos

Ver artigo em Journal of Clinical Medicine
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