Fevereiro de 2014

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José Pimentel Vice-presidente da APO

Espero que desta vez é que tenha sido, e que os neurologistas se tenham aproximado, definitivamente, da nossa associação, já que esta se aproximou deles. Na verdade, na última reunião de Inverno, ocorrida em Évora, cerca de um quarto dos participantes eram neurologistas. E quanto a mim, foi uma reunião muito bem sucedida. Contribuiu para isso, para além da excelente organização, o tema escolhido, síndrome vestibular agudo, capaz de interessar, tanto os otorrinolaringologistas, como os neurologistas. Embora ciente de que os primeiros, porque as causas de disfunção da via vestibular, no fundo o elo que une as duas especialidades, são, primordialmente, periféricas, depois porque a investigação cócleo-vestibular é por eles realizada, terão sempre um papel primordial na nossa associação, o envolvimento dos segundos traz a experiência vivida das patologias que envolvem a “segunda parte” da referida via.
No nosso país, ao contrário de outros, é reduzido o interesse dos neurologistas pela otoneurologia, tal como o é para, por exemplo, pela neurooftalmologia. E, no entanto, estas duas sub-especialidades estão intimamente ligadas, anatómica, fisiológica e patologicamente, com o sistema nervoso, e o neurologista tem de lidar, “diariamente”, com elas. Também não será de menosprezar a tentativa de captar mais otorrinolaringologistas para a nossa “causa”. Urge, por isso, tentar mudar este “destino”.
A APO pode ter um papel importante. Primeiro, continuar o caminho agora re(iniciado), através da escolha de assuntos do interesse conjunto dos neurologistas e otorrinolaringologistas para as suas reuniões científicas, e facilitando as respectivas, presenças nas mesmas. Depois, agir junto das sociedades das duas especialidades, incentivando o intercâmbio de temas (e de médicos) de interesse mútuo nas respectivas reuniões científicas. Finalmente, incentivar os respectivos Colégios da Ordem a incluir nos estágios dos internos das duas especialidades o de otoneurologia, no caso dos dos neurologistas num centro hospitalar onde a investigação funcional cócleo-vestibular seja realizada.
Aproveitemos esta “onda” para a surfar com a habilidade suficiente para que não percamos o entusiasmo de “voltar para o mar”, e o possamos transmitir a novos “praticantes”.

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