A Enxaqueca Vestibular (EV) é uma variante migranosa recentemente reconhecida, caracterizada pela associação entre enxaqueca e vertigem / desequilíbrio episódicos. Tem uma prevalência estimada de 1 a 3% na população geral, aproximadamente 5 a 10 vezes mais frequente do que a Doença de Ménière (DM) (1,2). Contudo, estudos prévios reportam uma sobreposição significativa dos principais sintomas (ex: enxaqueca, vertigem, perda de audição) entre as duas patologias (3,4). De facto, os sintomas vestibulares agudos da EV são frequentemente indistinguíveis dos da DM e, por vezes, não ocorrem em associação temporal com a enxaqueca (5). Adicionalmente, a enxaqueca é mais comum em doentes com DM do que em controlos saudáveis (6–8). É necessário haver critérios de diagnóstico mais específicos que permitam diferenciar eficazmente a EV da DM e abordar a sua coexistência. Existe uma escassez de estudos longitudinais que investiguem a evolução das manifestações clínicas de ambas, o que poderia ajudar no diagnóstico diferencial entre estas duas entidades (9,10).